O Gato Preto
Desde
menino eu era conhecido por meu temperamento dócil e meu bom coração. Outros
meninos, não tão bonzinhos quanto eu, às vezes riam de minha bondade. A coisa
que mais gostava era de animais.
Casei-me
muito novo, mas tive a sorte de encontrar uma mulher bondosa e que também
adorava animais.
Quando
cresci, adquiri o vício da bebida e fui me tornando irritável, rude. Não apenas
me descuidei de minha própria mulher e meus bichinhos, como os maltratava
(cheguei até a agressão física).
Em uma
noite cheguei em casa bêbado e de péssimo humor, então me convenci de que
Plutão nem queria me olhar na cara. Agarrei-o pelo rabo, o bichinho reagiu e
com muita raiva, furei o olho do bichano.
Plutão
sarou logo, mas sua imagem de gato caolho me atormentava mais e enforquei o
gato.
Naquela
mesma noite, vi que a casa ardia em chamas, escapamos vivos de lá. Em uma única
parede que havia se salvado aparecera uma grande silhueta preta com a forma de
um gato!
Uma noite,
em uma escura e triste taberna, apareceu-me um lindo gato preto, que em tudo
parecia com Plutão, menos numa coisa: tinha uma mancha branca no peito. Na
manhã seguinte, eu descobri com surpresa que o gato não tinha um olho,
exatamente o mesmo de Plutão.
Em muito
pouco tempo, eu o odiava muito mais do que o Plutão. A nuvem comprida, de pelo
branco havia se transformado em uma mancha de forma reconhecida e concreta: Uma
forca. Eu me irritei tanto com isso que agarrei um machado com a intenção de
matá-lo. Minha mulher agarrou meu braço com todas as forças, impedindo-me de
levar intento a cabo. Não consegui me dominar e, num abrir e fechar de olhos,
pulei como uma fera sobre ela. Com tudo, meu ímpeto foi de abrir a cabeça com
uma machadada.
Cheguei a
conclusão de esconder o corpo, se não ia parar na cadeia. O melhor seria
esconder o corpo em minha própria casa, atrás de uma parede e emparedá-lo.
Depois que o trabalho estava feito, fui procurar o gato em todos os cantos da
casa, mas não o encontrei. Reencontrei a felicidade, o sono profundo e o prazer
de estar em casa.
A polícia
começou a investigar o sumiço de minha mulher e estava a ponto de ir embora,
mas não consegui evitar fazer um breve discurso de despedida.
Falei que
esta casa tinha paredes sólidas e comecei a bater com a bengala, justo na parede
onde havia escondido o corpo de minha amada esposa. Eles ouviram um ruído lá
dentro, grito inumano, aterrorizante. Apareceu o cadáver já decomposto de minha
mulher, para surpresa de todos, vimos sobre sua cabeça o gato preto, mais vivo
do que nunca.
Gabriela Maurina e Nathiely Frohlich da Conceição
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